Principais tendências evolutivas das
sociedades contemporâneas e o modo como interpelam a Educação e os Sistemas
Educativos
Na sociedade hodierna, a
escola debate-se com várias questões que se relacionam com as mutações sociais,
científicas e tecnológicas que ocorrem a uma velocidade vertiginosa e às quais
tem de dar resposta. Esta resposta é condicionada pela adaptação psicossocial
dos seus intervenientes que nas relações interpessoais que desenvolvem
demonstram atitudes e competências de vária ordem. Deste modo, os problemas do
abandono e insucesso escolar são preocupações que afligem as escolas e o
Sistema Educativo. Este tenta dar resposta a essas situações, tendo em linha de
conta, de acordo com Ramos (n.d., p. 26) "(...) as novas tecnologias, a
sociedade do conhecimento e as novas teorias sobre a maneira como os seres
humanos aprendem (...)" pois "o papel da escola também muda, deixando
esta de ser apenas um lugar para jovens, para ser um parceiro dos adultos e das
organizações."
Assim, nesta época
caracterizada de incertezas, insegurança e mutações nos padrões de vida,
Vivianne Forrester (1998, p. 8, citada por Ramos, n.d., p. 3)sustenta que vivemos
"uma brutal mutação civilizacional" que corresponde ao aparecimento
de uma nova era. Na atualidade, os problemas económicos, sociais (desemprego
galopante e trabalho precário) são características desta era de incerteza e de
mutações profundas. Assim, o Sistema Educativo para gerir todas estas situações
passou, de acordo com Ramos (n.d., p. 13) a "exigir a inter-relação e a
articulação de processos sociais complexos de participação dos governos com
outras entidades sociais." Por outro lado, esta autora sustenta ainda que
a escola não conseguiu acompanhar a evolução rápida das mutações já referidas,
referindo: "(...) ainda não conseguiu acertar o passo com a mudança na sua
relação com o Estado administrador." (idem, p. 20)
No âmbito do sistema educativo, perspetivando a família como um subsistema do mesmo, Jacques
Delors (1996, p. 111) realça o seguinte: “A família
constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a
ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e
das normas. As suas relações com o sistema educativo são, por vezes, tidas como
relações de antagonismo: em alguns países em desenvolvimento, os saberes
transmitidos pela escola podem opor-se aos valores tradicionais da família;
acontece também que as famílias mais desfavorecidas encaram, muitas vezes, a
instituição escolar como um mundo estranho de que não compreendem nem os
códigos nem as práticas. Um diálogo verdadeiro entre pais e professores é,
pois, indispensável, porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica
uma complementaridade entre educação escolar e educação familiar
(…)"
É por se
considerar a família um subsistema que deveremos ter em conta os seus
contributos para, juntamente com a escola, levar os alunos a aprender a
aprender, desenvolvendo as suas competências e intervindo como cidadãos
reflexivos na sociedade. É por isso que eu considero a Educação como uma
construção social, na qual necessitamos dos contributos de toda a comunidade
educativa. Há que envolver as pessoas e explicar-lhes os códigos e práticas da
escola para que os compreendam e se apropriem dos mesmos. Quando há esta
postura por parte da escola gera-se compreensão, partilha e solidariedade em
vez de antagonismo. Assim, nas
instituições há que promover o trabalho colegial e a participação dos pais nas
atividades escolares. A aprendizagem, deste modo, será uma construção social
muito relevante para todos os intervenientes.
Em suma, na minha opinião e na opinião veiculada em fórum pelos colegas Mestrandos, o Sistema Educativo como conjunto complexo de elementos em evolução dinâmica e interativa terá de acompanhar e adaptar-se às mutações sociais, científicas e tecnológicas para responder às questões que lhe são colocadas. A Educação promoverá a mudança de mentalidades e o desenvolvimento necessário para que os povos vivam em liberdade, responsabilidade e em plena democracia. Há que formar cidadãos livres, empreendedores, inovadores, intervenientes e reflexivos para congregar reflexões e encontrar respostas para estes tempos de mudança.
Referências bibliográficas:
Ramos, C. C. (n.d.). Tendências evolutivas
das sociedades contemporâneas.
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