Em primeiro lugar, gostaria de salientar o conceito de "Educação" e destrinçar o seu significado.
A educação não é um processo que se faça apenas em casa e na escola num determinado momento. Ela é transversal a todos os contextos e durante toda a vida. Aprende-se, essencialmente, através da relação interpessoal com o "Outro", num contexto formal ou não formal. E nesta relação dinâmica do processo de ensino-aprendizagem processa-se a educação da pessoa humana mediada pela socialização. Neste âmbito, de acordo com Delors (1996, p. 54) “A educação pode ser um factor de coesão, se procurar ter em conta a diversidade dos indivíduos e dos grupos humanos, evitando tornar-se um factor de exclusão social”.
Na perspetiva de Ramos (n.d., p. 3) “Não é possível estudar a
educação desligada das evoluções sociais. A educação é produto de uma história
de sociedade e ao mesmo tempo um determinante essencial para o futuro”. Na perspetiva de Delors (1996, p. 11), a educação é o “trunfo indispensável à
humanidade na construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social”. Para Clímaco (2005, p. 9), “A educação (…) é uma fonte de enriquecimento pessoal, mas também
um contributo para a coesão social, para a inclusão social e para a resolução
dos problemas do trabalho e do emprego”. A educação relaciona-se deste modo de uma forma dinâmica e mutualista com a sociedade, gerando desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos a todos os níveis.
Para se clarificar ainda o conceito de "educação", ao consultarmos a Wikipédia, esta refere que a “Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenómeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de socialização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.”
Outra fonte, a Infopédia, salienta que o conceito de "Educação" é definido da seguinte forma:
Para se clarificar ainda o conceito de "educação", ao consultarmos a Wikipédia, esta refere que a “Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenómeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de socialização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.”
Outra fonte, a Infopédia, salienta que o conceito de "Educação" é definido da seguinte forma:
"1. processo que
visa o desenvolvimento harmónico do ser humano nos seus aspetos intelectual,
moral e físico e a sua inserção na sociedade
2. processo de
aquisição de conhecimentos e aptidões
3. instrução
4. adoção de
comportamentos e atitudes correspondentes aos usos socialmente tidos como
corretos e adequados; cortesia; polidez;
educação
especial - educação dirigida a alunos portadores de necessidades educativas
especiais;
educação física
- disciplina escolar que ensina ginástica, atletismo e outras práticas
desportivas, visando o desenvolvimento das capacidades motoras do indivíduo;
educação
inclusiva - sistema segundo o qual as escolas devem ajustar-se a todas as
crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, intelectuais,
emocionais, etc.;
educação
permanente - formação contínua que visa a atualização dos conhecimentos de
indivíduos integrados no mercado de trabalho".
Os quatro pilares da
Educação são conceitos que fundamentam a Educação e foram apresentados no
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século
XXI, coordenada por Jacques Delors. Este documento propõe uma educação ancorada
em quatro tipos fundamentais de aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser, assumidos como os
quatro pilares fundamentais da educação. A consistência e inter-relação
dinâmica de todos estes quatro pilares revelam-se fulcrais para a estabilização
e harmonia do edifício, simbolizado pela Educação. Neste âmbito, gostaria de
salientar a metáfora que o nosso Professor Doutor António Moreira nos colocou
sobre o Pártenon, enquanto símbolo da harmonia, do equilíbrio, da proporção (razão dourada ou retângulo de ouro conotados com perfeição) e da sofisticação. Tal como na Grécia Antiga, os valores a defender na atualidade
são os mesmos. Se no passado, o Pártenon rompeu com o estabelecido em várias
áreas do conhecimento, na atualidade, através da Educação há que mudar mentalidades,
inovar e promover a mudança, sustentadas na articulação equilibrada e
harmoniosa dos quatro pilares.
Mas o que sustenta o referido
Relatório para a UNESCO?
Nesse relatório, sustenta-se
que um dos papéis primordiais da Educação é educar para o desenvolvimento
humano, dotar o Homem da capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento,
construir ideais de paz, tolerância, solidariedade, liberdade e justiça social.
No que concerne ao devir da
Humanidade, o relatório refere-se às ameaças ambientais e à falta de meios
suficientes para enfrentá-las, apesar de já terem sido implementadas algumas
medidas. O respeito pela condição humana e pelo capital natural são outros
assuntos que o documento aborda, pois o crescimento económico a qualquer custo
pode pôr em causa a sobrevivência de muitas espécies, inclusive, a humana. Há
que garantir este tesouro natural e transmiti-lo, em bom estado, às gerações
vindouras. Este perigo ambiental está bem patente na "Earth Song", interpretada por Michael Jackson. Nos tempos atuais, a falta de equidade entre homens e mulheres no acesso ao trabalho e à educação, a falta de equidade no acesso à informação, as doenças, a fome, o efeito de estufa, as secas permanentes e as chuvas diluvianas são problemas que afetam, profundamente, todas as nações.
Até quando ignoraremos as graves ameaças que fazemos ao ambiente e a nós próprios?
Assim, as políticas
educativas têm de dar resposta a estes desafios, contribuindo para um
desenvolvimento sustentável e para um mundo de paz e prosperidade entre os povos.
Deste modo, a Educação é entendida como uma força anímica que permite realizar
transformações nas mentes e nas sociedades do futuro pois estamos a educar os próximos governantes das nações. De acordo com Delors (1996. p. 16), a educação "(…) situa (se) no coração do desenvolvimento tanto da pessoa humana como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos sem exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal.” Com base neste pressuposto, podemos
sustentar que a função dos sistemas educativos é congregar sinergias entre a
educação e a sociedade. Na atualidade, isso passa por uma formação ao longo da
vida e pelo desenvolvimento de competências nos alunos, a fim de prepará-los
para a vida em sociedade. Muitos dos empregos do futuro ainda não foram criados
nem sabemos o seu nome. No entanto, cabe à escola o desenvolvimento das
competências nos alunos que promova a sua adaptação psicossocial a esses novos
contextos. Neste âmbito, a democratização do conhecimento passa pela
capacitação das pessoas para receber esse conhecimento pois de acordo com Calle
e Silva (2008, p. 4) "(...) mesmo que o conhecimento possa ser disseminado ou
transmitido facilmente, rapidamente e ainda a baixo custo, precisa-se de uma
base já existente de conhecimento e experiência por parte das pessoas
(...)". Calle e Silva (2008, p. 10) sustentam ainda que o Estado deverá visar
dois objetivos fundamentais: garantir a inclusão e o acesso da população às
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e fomentar a pesquisa científica como processo
criador do conhecimento.
Em relação às desigualdades
existentes em muitos dos sistemas educativos, inerentes às diversidades
culturais e sociais das suas populações, Delors (1996, p. 51) salienta: "Em todo o mundo, a educação, sob as suas diversas formas, tem por missão, criar, entre pessoas, vínculos sociais que tenham a sua origem em referências comuns (…) a educação tem como objetivo essencial, o desenvolvimento do ser humano na sua dimensão social. (…) Os sistemas educativos encontram-se, assim, submetidos a um conjunto de tensões, dado que se trata, concretamente, de respeitar a diversidade dos indivíduos e dos grupos humanos". Esta citação de Jacques
Delors demonstra-nos quão importante é a educação e o respeito pelas culturas
dos povos ou de grupos de minorias étnicas. A aldeia global também se
transforma com o multiculturalismo de um país. No nosso país esta questão é bem
evidente. Há que ter respeito pelos direitos humanos e tratar todos com
equidade. Neste âmbito, de acordo com Homi Bhabha1 "A
articulação social da diferença, da perspetiva da minoria, é uma negociação
complexa, em andamento, que procura conferir autoridade aos hibridismos
culturais que emergem em momentos de transformação histórica." Ainda adentro desta temática
do multiculturalismo, D. Harvey1 explica que "as mutações que
levaram o mundo a uma condição de pós-modernidade (formando-se uma sociedade
pós-moderna caracterizada por infinitas trocas instantâneas), para dizer que a
nova comunicação global ao alterar a nossa perceção de tempo espaço (trazendo o
distante para perto, e ao mesmo tempo nos levando para o distante), também
alterou a nossa relação com o "Outro", ampliando extraordinariamente
nossas possibilidades de contato com modos diferentes de vidas." Esta
relação leva-nos a ter uma visão não como a de um cidadão de um país específico
mas como a de um cidadão do mundo.
Em suma, na minha opinião e na opinião transmitida em fórum pelos colegas Mestrandos, a educação terá um papel de relevância extrema na mudança de mentalidades, na inovação e na construção da sociedade hodierna e do futuro. Só através dos processos de literacia permanente, recorrente e sistemática, os indivíduos poderão interpretar e apropriar-se do conhecimento, evoluindo e gerando mais conhecimento. A informação tem de ser lida e interpretada, colocando esse saber em uso (competência) na resolução de novas situações, ocorridas nos contextos do quotidiano societal. Na minha perspetiva, ainda falta muito para fazer mas estamos no bom caminho...
Referências bibliográficas:
Calle, G. A., & Silva,
E. L. (2008). Inovação no contexto da
sociedade do conhecimento. Revista TEXTOS de la CiberSociedad, Número 8
Temática Variada.
Clímaco, M.C. (2005). Avaliação de Sistemas em Educação. Lisboa: Universidade Aberta.
Clímaco, M.C. (2005). Avaliação de Sistemas em Educação. Lisboa: Universidade Aberta.
Delors, J. (Coord.) (1996). Educação Um Tesouro a Descobrir - Relatório
da UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.
Ramos, C. (n.d.). Tendências evolutivas das Sociedades Contemporâneas. Lisboa: Universidade Aberta.
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